Artes Marciais

Ele está voltando

Conor McGregor volta ao UFC em um evento lotado de coincidências

Por: Leandro Mendonça

 

Conor McGregor, “The Notorious”, estará voltando ao octógono do Ultimate Fighting Championship, no dia 29 de junho, quando enfrentará Michael Chandler, no evento UFC 302, em Las Vegas.

O irlandês está retornando após quase três anos de inatividade, quando foi derrotado por Dustin Poirier, no UFC 264.

“The Notorious” é considerado por muitos lutadores e jornalistas como um dos grandes “vtzeiros” do esporte. Ele foi responsável pelo aumento da mídia no UFC 194, quando desafiou o então campeão do Peso-Pena, José Aldo.

Após meses de coletivas de imprensa acirradas, com o irlandês entrando no psicológico do brasileiro, McGregor chegou ao octógono bem concentrado, chocando o Mundo ao nocautear Aldo em apenas 13 segundos. A vitória do “Notório” acabou com uma sequência de seis defesas de cinturão do brasileiro.

O lutador conseguiu quebrar recorde de vendas de Pay-Per-View. Até hoje, ele detém o Top-1 de assinaturas em um evento, no UFC 229, quando enfrentou o lendário Khabib Nurmagomedov. Foram mais de 2,4 milhões de pacotes para assinantes, em outubro de 2018. O irlandês foi derrotado e diversas pessoas foram parar na delegacia.

Mas McGregor não foi um lutador que falou muito e fez pouco. Pelo contrário. Com a vitória no Peso-Pena e o grande ego concentrado no peito do “Notório”, ele precisava de mais. E assim foi feito.

Em novembro de 2016, McGregor foi ao Madison Square Garden, para disputar o cinturão do Peso-Leve contra Eddie Alvarez, no UFC 205. Com a vitória, o irlandês se tornou o primeiro lutador a ter dois cinturões, de forma simultânea, em categorias diferentes (leve e pena).

Agora, “The Notorious” vai precisar demonstrar que ainda está em forma. Com 35 anos, Conan vai enfrentar Chandler, 37, que perdeu sua última luta no UFC 281 para nada mais nada menos que o carrasco de McGregor, Dustin Poirier.

Coincidências ou não, o evento promete ser de alto nível. Todos querem assistir o “Notório”, até quem não gosta dele. O evento principal vai contar com a disputa do cinturão do Peso-Leve entre Makhachev e Poirier. Mais uma coincidência saudável.

 

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Novas luvas do UFC prometem evitar lesões durante lutas

Por: Leandro Mendonça 

 

 

A VICIS RDI, fabricante de materiais esportivos, superou a tecnologia utilizada nas luvas dos atletas do Ultimate Fighting Championship e promete entregar um produto com qualidade superior às atuais utilizadas nos eventos. A marca projetou o produto mais evoluído no mercado das Artes Marciais Mistas (MMA).

As 3EIGHT e 5EIGHT serão luvas mais leves, com tecnologia de absorção de impacto (VICIS RFLX) e desenho ergonômico, que vai se adaptar a cada lutador durante os treinos e lutas.

A intenção é evitar lesões desnecessárias, como entorse de pulsos e dedos nos olhos. O acolchoamento lateral do punho vai dar mais estabilidade ao atleta, assim como a diminuição de costuras deve diminuir o calor excessivo e lesões na própria pele.

O peso das luvas deve diminuir de forma assustadora. O próprio UFC anunciou que o produto pode pesar até 1.5 Oz a menos, saindo de 4.9 Oz para 3.4 Oz nas luvas mais pesadas. No caso das mais leves, a diferença será de 3 Oz até 2 Oz.

Além da melhora dos produtos ligados ao combate, as luvas vão contar com chips de Comunicação de Campo Próximo (NFC), como utilizados em celulares. Essa tecnologia serve para o cliente cadastrar o produto no website do UFC, testar sua autenticidade e ter junto à luva, uma tecnologia que vai gravar todos os movimentos que a mesma fez durante seu uso.

O produto foi produzido pela Dyaco, fornecedora oficial do Ultimate Fighting Championship, e está pronto para o uso.

De acordo com os especialistas de Dana White, a luva deve estrear no UFC 302, em Newark, Estados Unidos. O evento vai contar com o duelo de Sean Strickland versus Paulo Borrachinha e o evento principal, a disputa do cinturão dos leves entre Islam Makhachev e o ex-campeão Dustin Poirier.

 

 

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"Poatan" deixa Hill sem áudio, vídeo e dignidade

Por: Leandro Mendonça

 

Reuters / Mark J. Rebilas

 

O UFC 300, disputado em Las Vegas, neste sábado (13) deixou o público de boc a aberta. O Card preliminar, que contou com a presença de cinco lutadores brasileiros foi um verdadeiro sucesso para o país. Com quatro vitórias em quatro lutas, os “brazilian warriors” se destacaram de forma positiva.

 

Deiveson Figueiredo demonstrou que está adaptado ao novo peso. Após migrar do peso-mosca para o peso-galo, muitos ficaram receosos sobre o desempenho do “God of War”, mas na segunda luta na categoria, Figueiredo finalizou o ex-campeão Cody Garbrandt com um mata-leão.

 

Jéssica "Bate-Estaca" vinha de vitória sobre Mackenzie Dern, após perder três lutas consecutivas. Marina Rodriguez, Top-6 no peso-palha, não conseguiu conter o ímpeto da compatriota, e após 15 minutos de pura intensidade, perdeu por divisão dividida.

 

Renato Moicano e Diego Lopes demonstraram estabilidade após a terceira vitória consecutiva no peso-leve. Moicano conseguiu finalizar Jalin Turner no segundo round e Diego Lopes nocauteou Sodiq Yusuff com apenas 1 minuto e 28 segundos de luta.

 

Ainda no card preliminar, vale ressaltar a luta entre o ex-campeão do meio-pesado Jirí Procházka e o Top-5 Aleksandar Rakic. Após um primeiro round sangrento a favor do sérvio, Procházka mostrou seu leque de qualidades e pressionou Rakic até nocauteá-lo.

Na sua entrevista pós-luta, o Top-2 da categoria desabafou contra as pessoas que dizem que ele não pode se portar como um Samurai (clássico espadachim japonês). O tcheco disse que não é mesmo (samurai), pois nasceu na República Tcheca, mas que sua determinação e concentração era de um guerreiro japonês.

 

“Do Bronx” perde, BMF decidido no último segundo e Poatan mantém cinturão

 

A sensação americana BO Nickal, que tem em seu cartel seis vitórias em seis lutas, voltou a mostrar o poder do Wrestler. O compatriota Cody Brundage iniciou o combate indo para cima de BO, mas logo estava no chão. Cody aguentou a pressão do primeiro round, sucumbindo no segundo, após  um mata-leão do invicto e talentoso lutador.

 

Em uma das lutas mais esperadas da noite, Charles “Do Bronx” enfrentou o armeno Arman Tsarukyan. Uma vitória do brasileiro poderia tê-lo credenciado a uma disputa de cinturão contra Islam Makhachev. Mas não foi assim que a luta se desenrolou.

 

Logo no início do combate, o brasileiro encaixou um triângulo e levou Tsarukyan para o chão, causando um desespero para o armênio. Depois de dois minutos e meio tentando se livrar, “Do Bronx” perdeu a posição e acabou o round por baixo, sofrendo com as cotoveladas do adversário.

 

O segundo round foi ainda mais sofrido para o brasileiro. Após ficar por baixo o tempo inteiro e pressionado contra a grade, “Do Bronx” precisou “sobreviver” ao atropelo do armênio. O Ground and Pound de Tsarukyan foi uma das principais armas utilizadas e as cotoveladas cada vez mais efetivas. Faltando dez segundos para o fim do round, o brasileiro pegou o braço de Arman e quase finalizou a luta. Salvo pelo gongo.

 

Com o corte no rosto causado pelas cotoveladas selvagens e um cansaço extremo, Charles chegou ao terceiro round precisando da vitória. Mas Tsarukyan, mais jovem e descansado, conseguiu travar o ímpeto do brasileiro. Mas faltando 40 segundos para o fim, Charles Oliveira tentou um triângulo de mão invertido e terminou a luta em posição favorável.

 

A soma das papeletas era uma incógnita. Uns acreditavam nas três chances de finalização do brasileiro, outros no massacre de Tsarukyan. E após a soma, por decisão dividida, o armênio venceu o Top-1 do peso-leve.

 

O confronto seguinte foi considerado a “luta da noite”. A disputa do cinturão Baddest MotherF*cker (BMF), aconteceu entre os lutadores Max Halloway e Justin Gaethje.

 

O primeiro se encontra na 14ª posição do peso por peso, enquanto Gaethje é o Top-2 dos leves. E a luta foi um verdadeiro show.

 

Faltando apenas 10 segundos para o final da luta, Halloway chamou um  abatido Gaethje para o centro do octógono para uma trocação franca. Faltando menos de um segundo, o havaiano acertou um belo direto no queixo do americano, colocando a “cereja do bolo” na disputa do cinturão.

 

 Foto: Jeff Bottari/Zuffa LLC via Getty Images

 

O lutador recebeu um prêmio extra de 600 mil dólares por ter conseguido dois méritos no evento (performance e luta da noite).

 

Na disputa do peso-palha feminino, Zhang Weili precisou suar para vencer a Top-1 Xiaonan Yan, no co-evento da noite. A detentora do cinturão venceu todos os rounds e manteve o cinturão pela segunda vez.

 

E no evento principal, Alex “Poatan” Pereira precisou de apenas 3 minutos e 14 segundos, para ensinar para Jamahal Hill (ex-campeão dos meio-pesados) que o sabor da derrota é amargo e que nem sempre o “Rei” recupera sua coroa.

 

O americano passou a semana inteira provocando “Poatan”, afirmando que o brasileiro não havia construído nada na categoria e que suas lutas até o cinturão teriam sido facilitadas.Hill cutucou o brasileiro, dizendo que ainda estava invicto e que retomaria sua coroa.

 

Dentro do octógono, “Poatan” forçou seu adversário a caminhar para trás o tempo todo. O brasileiro mantinha uma boa distância para aplicar socos de longo alcance e chutes frontais.

 

Aos 3 minutos e 10 segundos, Alex conteve o árbitro Herb Dean e entrou com um uppercut na ponta do queixo do americano, finalizando a luta no Ground and Pound. Após olhar para Hill, o brasileiro apontou para o adversário desfalecido no chão em forma de deboche.

 

 

 Foto: Jeff Bottari/Zuffa LLC via Getty Images

“Poatan” manteve seu cinturão e na hora da entrevista com Dana White pediu para lutar no UFC 301, que será disputado no dia 04 de abril, no Rio de Janeiro. Alex Pereira avisou que estava pronto, que não tinha sequer machucados pelo corpo e que lutar no Brasil seria um dos seus maiores sonhos.

A próxima disputa de cinturão será no Rio de Janeiro, entre Alexandre Pantoja e o australiano Steve Erceg, Top-10 do Peso-Mosca.

Nesse dia, Jose Aldo Junior vai fazer sua despedida do UFC. A luta será contra Jonathan Martinez, Top-14 do Peso-Galo.